26 de julho, 2024
Descobre as estratégias e lições que levaram a Farfetch a ser o primeiro unicórnio português, com insights do Sérgio Oliveira, VP de Tecnologia e Arquitetura.
Gerado pela Frigideira
Um arquiteto de software na Farfetch desempenha um papel estratégico e vital. A sua função vai muito além de simplesmente desenhar soluções tecnológicas. Trata-se de um trabalho que envolve criar as bases para o crescimento e evolução do negócio.
No contexto de uma empresa dinâmica como a Farfetch, o papel do arquiteto de software estende-se a áreas como a accountability e responsabilidade. Eles influenciam diretamente decisões tecnológicas que impactam a escalabilidade e eficiência da plataforma.
"Estou limitado pela tecnologia do meu tempo e há ideias que precisamos que o mundo à nossa volta traga para continuarmos", menciona Sérgio Oliveira. Esta frase resume a importância de estar na vanguarda tecnológica para o sucesso contínuo da Farfetch.
Assim, o arquiteto de software na Farfetch não só define a infraestrutura técnica, mas também alinha as soluções tecnológicas com os objetivos estratégicos da empresa, garantindo que a Farfetch continue a ser líder no negócio de luxo online.
A Farfetch passou por um crescimento notável, evoluindo de uma pequena equipa de 12 developers para mais de 2 mil colaboradores ao longo de quase uma década. No início, a equipa era composta por duas divisões específicas: back office e front office. Esta fase inicial foi marcada por uma estrutura bastante básica, mas focada em escalar o negócio de forma sustentável.
Durante os anos seguintes, a empresa enfrentou desafios significativos, especialmente quando duplicou a equipa em apenas 12 meses, de 250 para 500 pessoas. Manter a cultura e o DNA da empresa foi uma prioridade e um desafio enorme. Para tal, a Farfetch implementou "guidelines" e princípios que ajudaram a assegurar que a forma de trabalhar e os valores da empresa fossem preservados, mesmo durante os períodos de crescimento rápido.
A adaptação constante foi crucial. Por exemplo, a empresa teve de desenvolver uma estrutura de liderança robusta, muitas vezes promovendo talentos internos para posições de maior responsabilidade. No entanto, também houve casos onde foi necessário procurar lideranças fora da empresa para preencher lacunas e trazer novas perspetivas.
Hoje, a cultura da Farfetch é um reflexo da sua jornada. Continua a ser um ambiente que incentiva a inovação e a responsabilidade, tal como destaca Sérgio Oliveira: "A responsabilidade e o peso daquilo que entregamos são essenciais para fazermos coisas giras". Este crescimento só foi possível através de uma combinação de visão estratégica, adaptação contínua e um forte foco nos valores da empresa.
Para mais insights sobre o surgimento e crescimento de startups, podes conferir os desafios enfrentados pela Kiss My Score.
Muito longe de ser apenas um marketplace, a Farfetch se destaca oferecendo uma gama completa de serviços de plataforma tanto para boutiques quanto para marcas. Desde o início, a empresa não se limitou a ser um simples intermediário de vendas online; desenvolveu uma infraestrutura que suporta cada aspeto do negócio de luxo.
Através dos Farfetch Platform Services, a empresa disponibiliza tecnologia e operação às boutiques. Estas podem ter as suas próprias lojas online, beneficiando da plataforma robusta da Farfetch para gestão de stock, logística, e atendimento ao cliente.
Além disso, muitas boutiques optam por integrar diretamente na plataforma Farfetch.com, beneficiando da visibilidade e infraestrutura que a empresa proporciona. A Farfetch não só apoia as boutiques com tecnologia, mas também com serviços de customer service e análise de dados de consumo para otimização de vendas.
A importância desta plataforma é vital. Ela não só facilita o lançamento de lojas online, mas também abre as portas para novos mercados, incluindo a China, onde uma presença bem estruturada e parceria com grandes players, como a Alibaba, faz toda a diferença.
Ao fornecer esses serviços, a Farfetch garante que as boutiques e marcas possam se concentrar no que fazem de melhor—curadoria de produtos de luxo. Isto, combinando tecnologia de ponta com uma compreensão profunda do mercado de luxo online, permite que a Farfetch continue a expandir e a liderar o setor.
Entrar no mercado chinês foi uma jornada cheia de desafios logísticos e tecnológicos para a Farfetch. Desde o início, reconheceram a complexidade e as barreiras que enfrentariam, tornando essencial a parceria com grandes nomes locais como Alibaba e Richemont.
A China é conhecida por ser um mercado fechado, com rigorosas questões alfandegárias. A Farfetch precisou obter diversas licenças e enfrentar a burocracia para conseguir operar. Este processo envolveu uma preparação significativa em termos de conformidade e logística.
O maior desafio tecnológico foi certamente a Great Firewall of China. Esta firewall introduz grandes latências no tráfego online, chegando a resultar em 20 segundos para carregar uma página. Para contornar isso, a Farfetch teve que trazer suas operações para dentro da China, reduzindo latências e garantindo conformidade com as regras locais.
Além disso, adaptar-se às preferências de pagamento locais, como WeChat Pay e Alipay, foi essencial. As diferenças culturais e de usabilidade também influenciaram o design e a operação do site, exigindo ajustes significativos na interface do utilizador.
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A Farfetch combina tecnologia de ponta e um toque humano para proporcionar uma experiência de compra única e luxuosa que cativa seus clientes em todo o mundo.
Seguir estas lições pode ajudar as startups portuguesas a superarem os desafios de crescimento, tal como discutido sobre os problemas das startups e a importância do foco no mercado e no cliente.