26 de julho, 2024
Descobre a história do primeiro português a minerar Bitcoin e as lições aprendidas sobre o futuro das criptomoedas.
Gerado pela Frigideira
João Nuno Simões foi o primeiro português a aventurar-se no mundo da mineração de Bitcoin, fundando a BitMasters, a primeira empresa de mineração de Bitcoin em Portugal. Mas a jornada de João começou bem antes da criação da empresa.
Tudo começou em 2013, quando João, um entusiasta de tecnologia, ficou intrigado com o conceito de Bitcoin que sempre aparecia nos fóruns que frequentava. Determinado a compreender mais sobre esta nova forma de moeda digital, ele fez intensa pesquisa e até perguntou a um familiar que trabalhava no Banco de Portugal sobre o que poderia ser o Bitcoin, recebendo uma resposta cética.
Intrigado e determinado, João decidiu não só comprar Bitcoin, mas também minerá-la. Este passo culminou na criação da BitMasters. Num esforço conjunto com amigos e familiares, ele conseguiu reunir os primeiros fundos para comprar as primeiras máquinas de mineração vindas da China.
Agora conhecido como pioneiro no minerar Bitcoin em Portugal, o caminho de João não foi fácil, mas a curiosidade e a persistência renderam-lhe um lugar na história das criptomoedas em Portugal. Para mais reflexões sobre o futuro da criptoeconomia no país, espreita esta conversa sobre o futuro da Bitcoin em Portugal.
A BitMasters, fundada por João Nuno Simões, começou com o objetivo de ser pioneira em minerar Bitcoin em Portugal. O modelo de negócio baseava-se em um conceito similar aos hedge funds. João e a sua equipa desenvolveram um esquema onde os investidores financiavam a compra de máquinas de mineração. Em troca, eles recebiam 80% dos lucros gerados pela mineração, enquanto a BitMasters ficava com 20% como taxa de gestão.
Os desafios iniciais foram imensos. Desde a importação das primeiras máquinas Antminer da China até à resolução de problemas alfandegários em Portugal. As despesas iniciais cobriam não só as máquinas, mas também o material informático necessário e, eventualmente, os custos de operação em data centers industriais. Tudo começou com um investimento inicial de 5 mil euros, angariado através de familiares e amigos.
O funcionamento das primeiras máquinas foi complicado, especialmente devido à falta de conhecimento e suporte técnico disponível na altura. Era necessário aprender na prática, desde a instalação até à otimização do consumo energético, enfrentando uma série de obstáculos inesperados. Com o crescimento da operação, os custos de manutenção e eletricidade aumentaram, especialmente quando ocorreu o primeiro halving do Bitcoin, reduzindo as recompensas pela metade e complicando o retorno do investimento.
Para saber mais sobre o impacto da mineração no ambiente, podes explorar este artigo detalhado.
Minerar Bitcoin em Portugal atualmente enfrenta vários obstáculos, especialmente devido aos altos custos de eletricidade. João Nuno Simões, o primeiro português a aventurar-se nesta área, destaca que as despesas com eletricidade no país são semelhantes às encontradas em regiões como a Islândia e a Polónia.
Enquanto outros países conseguem manter custos operacionais mais baixos através de fontes de energia renováveis e climas mais frios, em Portugal esses gastos tornam a mineração de Bitcoin menos lucrativa. A necessidade constante de ar-condicionado para resfriar as máquinas aumenta ainda mais os custos operacionais.
Para sobreviver no ambiente competitivo de hoje, é quase obrigatório explorar locais onde a energia é mais barata e estável, como mencionado por João, a descentralização da mineração, comparada com a centralização em países com custos energéticos mais baixos, é fundamental para os mineradores de Bitcoin.
E tu, pensas que vale a pena enfrentar essas dificuldades em Portugal? Ou será que é hora de explorar áreas mais vantajosas?
João Simões partilha uma visão inovadora sobre a economia de tokens, onde cada serviço ou empresa terá a sua própria moeda digital. Ele imagina um futuro em que utilizamos várias criptomoedas para transações específicas, tornando o funcionamento da economia mais dinâmico e descentralizado.
Nesse cenário, tu poderias ter tokens específicos para diferentes atividades e serviços, como um token para compras no supermercado, outro para consultas médicas e assim por diante. Cada token seria volátil e negociado no mercado, permitindo que consumidores escolham quando usar os seus tokens para obter melhores preços.
Por exemplo, se os preços de consultas médicas em token estiverem altos num dia, poderias optar por esperar até que a valorização do token diminua. Esta abordagem visa criar uma economia onde a procura e a oferta são balanceadas em tempo real, promovendo eficiência e uma nova forma de interação comercial.
Esta economia de tokens promete revolucionar a forma como interagimos financeiramente, possibilitando uma diversificação de risco mais abrangente e uma gestão financeira mais autónoma para todos os envolvidos.
Os métodos de consenso em blockchains desempenham um papel crucial no funcionamento e segurança das redes de criptomoedas. Proof of Work (PoW) e Proof of Stake (PoS) são dois dos mais discutidos. Vamos ver as diferenças:
O PoW é o método original, usado pelo Bitcoin. Baseia-se na resolução de complexos problemas matemáticos pelos mineradores para validar transações e criar novos blocos. Este processo requer uma quantidade massiva de energia e poder computacional, o que levanta preocupações ambientais. Por outro lado, garante elevada segurança.
O PoS, por outro lado, escolhe validadores com base no número de moedas que possuem e estão dispostos a "apostar" como garantia. Este método consome significativamente menos energia porque não exige a intensa atividade de mineração computacional. A recente transição do Ethereum para PoS exemplifica as vantagens energéticas deste método.
A transição do Ethereum de PoW para PoS trouxe preocupações. A comunidade ficou dividida, especialmente aqueles que investiram pesadamente em equipamentos de mineração para PoW. Esse movimento, no entanto, acabou por reduzir o impacto ambiental da rede.
Embora cada método tenha as suas vantagens, a escolha entre PoW e PoS depende das prioridades: segurança e descentralização vs eficiência energética e sustentabilidade. Quem deseja saber mais sobre o impacto energético da mineração, deve aprofundar-se nos detalhes dessas tecnologias.
A crise energética global tem um impacto significativo na mineração de criptomoedas, refletindo-se tanto nos custos operacionais quanto na viabilidade do negócio.
A mineração de Bitcoin, em particular, baseia-se no consumo elevado de energia, o que levanta preocupações ambientais e financeiras. Em países como Portugal, onde os custos de eletricidade são elevados, a operação de servidores de mineração torna-se extremamente dispendiosa e, muitas vezes, inviável. Isto é particularmente relevante numa altura em que o aumento dos preços da energia faz com que minerar Bitcoin em Portugal seja menos competitivo comparado com outros países.
Além disso, a pressão para reduzir o impacto ambiental da mineração levou à adoção de métodos alternativos como o Proof of Stake, que consome menos energia. Esta transição, exemplificada pela mudança no Ethereum, destaca as vantagens e os desafios associados a cada método.
No entanto, o impacto na mineração não é apenas financeiro. A descentralização do poder de mineração para países com energia mais barata e regulamentações mais restritivas pode alterar o equilíbrio de poder na rede de criptomoedas.
Para aprofundar a compreensão sobre como estas mudanças podem afetar o mercado, recomenda-se observar o impacto da crise económica no mercado cripto, que frequentemente está correlacionado com flutuações energéticas globais.