29 de julho, 2024
Descobre como a Ana Prata utiliza o método científico para criar startups de sucesso.
Gerado pela Frigideira
Ana Prata, com formação em microbiologia, nunca pensou que viria a enveredar pelo mundo do empreendedorismo. Durante o seu mestrado em microbiologia aplicada, Ana teve uma cadeira obrigatória de empreendedorismo. Apesar de inicialmente sentir um "stress pós-traumático" ao perceber que o seu curso poderia não lhe garantir um emprego estável, algo começou a mudar.
Estas aulas abalaram as suas expectativas de carreira e plantaram a semente da dúvida: será que existe outra opção para além da investigação científica?
Ana decidiu dar uma oportunidade ao conhecimento que lhe estava a ser apresentado. Começou a ler livros sobre finanças e empreendedorismo, incluindo o impactante "Pai Rico, Pai Pobre", que virou a sua cabeça do avesso.
Procurou então combinar a microbiologia com uma vertente de negócios. Embora a faculdade não tenha permitido que fizesse a tese de mestrado focada numa startup devido à falta de conteúdo científico suficiente, Ana não desistiu. Com o apoio da sua professora de empreendedorismo, que se juntou ao projeto, Ana decidiu lançar-se na criação da sua própria empresa enquanto terminava o mestrado.
Este marco crucial transformou a sua visão de carreira e abriu portas para uma nova jornada no mundo das startups.
No início da My Skin Mix, Ana Prata enfrentou uma série de desafios que testaram a sua resiliência e determinação. A principal dificuldade foi a falta de experiência em negócios. Ana tinha uma sólida formação em microbiologia, mas sabia pouco sobre gestão e empreendedorismo.
Um dos maiores desafios foi validar a ideia no mercado. Era crucial garantir que as pessoas realmente queriam e necessitavam do produto. Esta fase envolveu muitos testes e ajustes, o que consumiu tempo e recursos. Além disso, a criação de uma equipa coesa também foi um obstáculo. Ana, sendo mais jovem que os seus sócios, tinha que equilibrar as diferentes expectativas e ritmos de crescimento da empresa.
Outro ponto crítico foi a ronda de investimento. Durante oito meses, Ana esteve em reuniões constantes com investidores, muitas vezes recebendo respostas vagas. Este processo foi exaustivo e gerou frustração, pois cada investidor tinha sugestões diferentes, o que exigia mudanças contínuas na direção do negócio.
Por fim, a My Skin Mix enfrentou dificuldades em escalar o modelo de negócio. A cocriação de produtos cosméticos personalizada pelos clientes, que era a essência da empresa, não se mostrou facilmente escalável. Este desafio foi um fator determinante para a difícil decisão de encerrar a empresa.
Leia sobre desafios similares no início da startup Kiss My Score.
A My Skin Mix, a startup de Ana Prata, enfrentou vários obstáculos que culminaram no seu encerramento. Primeiro, o negócio enfrentava dificuldades significativas para escalar. A essência da empresa, que permitia aos clientes co-criarem produtos cosméticos personalizados, revelou-se pouco escalável. Na prática, este processo de personalização não correspondia às expectativas de investidores que procuravam modelos altamente escaláveis e produtos padronizados.
Além disso, o alinhamento com os investidores apresentou-se como um desafio contínuo. Durante oito meses, Ana participou de inúmeras reuniões com investidores, recebendo frequentemente respostas vagas. A constante necessidade de ajustar a direção do negócio de acordo com as sugestões dos investidores criava um cenário de incerteza e desgaste.
A análise cuidadosa das tabelas Excel e dos feedbacks recebidos fez com que Ana percebesse que, para agradar a todos os investidores e escalar de forma necessária, a My Skin Mix teria de mudar a sua essência. Esta constatação, aliada à crescente concorrência de gigantes da indústria cosmética que já iniciavam movimentos na cocriação, levou à difícil decisão de encerrar a empresa.
Explora outra história de falhanço similar ao falhanço da My Skin Mix
A Last Ticket, uma plataforma de gestão de eventos, enfrentou um desafio gigantesco durante a pandemia. Com o cancelamento dos eventos, a empresa viu-se obrigada a adaptar-se rapidamente para sobreviver.
Sem eventos para gerir, a Last Ticket teve de encontrar uma nova forma de usar a sua tecnologia. Foi então que surgiu uma ideia inusitada: vender meio frango assado! Utilizando a sua plataforma de vendas, a equipa empenhou-se em ajustar o produto para oferecer refeições, algo muito distante do seu core business inicial.
Durante este período, Ana Prata e a equipa da Last Ticket adaptaram-se corajosamente. Bateram de porta em porta nos restaurantes, oferecendo a tecnologia da plataforma para facilitar os pagamentos online e a gestão de encomendas takeaway. A empresa utilizou a sua infraestrutura existente para solucionar problemas imediatos da restauração e, assim, manter-se ativa.
Este movimento não só permitiu que a Last Ticket sobrevivesse aos tempos difíceis, mas também se preparasse para um futuro pós-pandemia. Quando os eventos regressaram, a plataforma estava pronta e capaz de retomar a sua atividade original, fortalecida pela resiliência demonstrada.
Explora outras estratégias de sobrevivência durante a pandemia.
Durante a pandemia, enquanto muitos se dedicavam ao crochê ou à Netflix, Ana Prata começou a explorar a economia circular.
Sentia uma ansiedade crescente ao ver documentários sobre alterações climáticas e decidiu que precisava fazer mais do que apenas preocupar-se. Com a ajuda da sua rede de contactos, foi encaminhada para um programa da Ellen MacArthur Foundation, uma referência em economia circular.
Surpreendentemente, Ana foi aceite no programa. Participou num curso que ligou a sua formação em microbiologia ao seu conhecimento de startups e gestão. O programa explorava como transformar resíduos em recursos valiosos e criar modelos de negócio baseados na sustentabilidade.
Após concluir o programa, Ana aplicou este conhecimento em novos projetos. Trabalhou como consultora, ajudando empresas a transformar resíduos orgânicos em receitas lucrativas. O seu objetivo é contribuir para um futuro mais sustentável e económico. Esta experiência uniu as suas duas paixões, a ciência e o empreendedorismo, num caminho que promete grandes avanços no campo da economia circular.
Explora o impacto ambiental de outras indústrias.
As universidades desempenham um papel crucial na transformação de ciência em negócios, proporcionando um ambiente fértil para a inovação. Para começar, a proteção legal das descobertas é fundamental. Ao registarem patentes, as universidades garantem que o conhecimento gerado possa ser comercializado de forma segura e lucrativa.
Além disso, a colaboração com investidores é essencial. As universidades podem facilitar este processo através dos gabinetes de transferência de tecnologia e de incubadoras. Estes centros ajudam a conectar investigadores com potenciais financiadores, promovendo a criação de spin-offs que podem revolucionar indústrias.
Outro ponto importante é a formação de alunos. Ao introduzir disciplinas de empreendedorismo científico e método científico no empreendedorismo, as universidades preparam os estudantes para os desafios do mercado. Este conhecimento não só capacita os futuros investigadores, mas também abre portas para carreiras alternativas fora do meio académico.
Para que tudo isto funcione, é vital que as universidades valorizem o impacto prático da ciência tanto quanto as publicações académicas. Incentivar os investigadores a verem suas descobertas como potenciais soluções de mercado pode mudar radicalmente a dinâmica de inovação. Assim, as universidades tornam-se atores centrais na criação de empresas sustentáveis e na promoção da economia circular.
“Experimentar diferentes coisas pode ser a chave para descobrir a tua verdadeira paixão.”
O que está claro é que sem a tecnologia e o conhecimento providenciados pelas universidades, muitas das inovações de mercado não seriam possíveis. A educação e a investigação continuam a ser pilares do desenvolvimento económico e social, ajudando a transformar ideias em soluções reais para os desafios contemporâneos