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26 de julho, 2024

#128: O QUE OS BANCOS FAZEM COM O NOSSO DINHEIRO c/ Orlando Costa

Descobre como as fintechs estão a transformar o setor bancário e se os bancos tradicionais conseguem acompanhar esta revolução.

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Gerado pela Frigideira

Os Bancos Tradicionais Estão a Perder Relevância?

Os bancos tradicionais enfrentam vários desafios que contribuem para a sua perda de relevância no mercado financeiro atual. A falta de inovação e a desconexão com os clientes são dois dos principais fatores:

  • Falta de Inovação:
    • Sistemas arcaicos dificultam a adaptação às novas tecnologias.
    • Demoras na implementação de serviços inovadores como o Open Banking.
  • Desconexão com os Clientes:
    • Aumento de comissões sem acrescentar valor percebido pelos clientes.
    • Fecho de balcões, afastando-se do atendimento pessoal.
    • Negligência na personalização de serviços, o que leva os clientes a procurar alternativas mais ágeis e modernas.

Esta inércia na modernização permite que fintechs ágeis e inovadoras, como neobancos e plataformas de crowdfunding, conquistem terreno. Elas oferecem soluções mais eficientes e personalizadas, tornando-se mais atraentes para os consumidores modernos.

Para entender melhor como esta transformação está a ocorrer, podes conferir o impacto do Web3 nos bancos e as tendências emergentes no Open Banking.

O Que São Serviços Bancários e Como Estão a Evoluir?

Os serviços bancários englobam uma variedade de atividades realizadas pelos bancos para gerir dinheiro dos seus clientes. Tradicionalmente, os serviços bancários incluíam depósitos, empréstimos, transferências de dinheiro, e pagamentos. Contudo, com a evolução tecnológica, particularmente impulsionada pelas fintechs, assistimos a uma transformação significativa nesta área.

Evolução dos Serviços Bancários

  • Depósitos e Empréstimos:
    • Depósitos tradicionais onde o banco guarda o dinheiro e oferece juros.
    • Empréstimos para habitação, educação, ou negócios, com taxas de juro variáveis.
  • Crowdfunding e Financiamento Coletivo:
    • Plataformas como a RAISE permitem que indivíduos saibam exatamente onde o seu dinheiro está a ser utilizado.
    • Transparência total, ao contrário dos bancos onde muitas vezes o destino do investimento é desconhecido.
  • Pagamentos Digitais:
    • Soluções como o MBWay facilitam transferências instantâneas entre pessoas e empresas.
    • Fintechs como a Revolut oferecem transferências internacionais rápidas e com taxas mais baixas.
  • Agregação de Contas Bancárias:
    • Ferramentas de Open Banking que permitem aos utilizadores gerir todas as suas contas bancárias num único local, facilitando a visualização e o controlo das finanças pessoais.

As fintechs estão a revolucionar o setor, fornecendo serviços mais rápidos, transparentes e orientados para as necessidades dos clientes. Com o aumento da popularidade de serviços como os neobancos, que operam exclusivamente online, torna-se cada vez mais evidente que a transformação bancária está em pleno curso,

Como As Fintechs Estão a Revolucionar o Setor Bancário?

As fintechs estão a transformar o mercado bancário de maneiras inovadoras, trazendo soluções mais ágeis e orientadas para o cliente. Aqui estão as principais inovações:

  1. Neobancos:
    • Operam exclusivamente online, eliminando a necessidade de agências físicas.
    • Oferecem serviços bancários digitais mais rápidos e acessíveis.
    • Exemplos populares incluem Revolut e N26.
  2. Crowdfunding:
    • Plataformas facilitam o financiamento coletivo, permitindo que investidores saibam exatamente onde o dinheiro está a ser utilizado.
    • Transparência e confiança aumentam com a possibilidade de rastrear o destino dos investimentos, como por exemplo na plataforma RAISE.
  3. Pagamentos Digitais:
    • Soluções como o MBWay permitem transferências instantâneas e seguras.
    • Fintechs como TransferWise oferecem transferências internacionais rápidas com taxas mais baixas.

Estas inovações estão a modificar a forma como as pessoas e empresas interagem com os serviços bancários, promovendo maior eficiência, transparência e acesso.

Os Bancos Conseguem Adaptar-se à Era Digital?

A adaptação dos bancos à era digital enfrenta diversos desafios, sendo um dos principais o legado de sistemas arcaicos. Orlando Costa, no podcast do Bitalk, sublinha que muitos bancos ainda operam com tecnologias antiquadas, dificultando a implementação de novas soluções digitais como o Open Banking.

"Às vezes, a arquitetura informática e técnica é tão complexa e arcaica que faz com que não seja possível fazer uma transposição para outros sistemas", explica Orlando Costa, destacando a prevalência do COBOL em muitas instituições bancárias.

A necessidade de realocar recursos humanos também é um obstáculo significativo. Com a digitalização, muitos processos antes realizados por pessoas são automatizados, e isto implica a requalificação ou até a dispensa de funcionários.

Outros desafios incluem:

  • Resistência à Mudança: A cultura organizacional dos bancos é frequentemente conservadora, dificultando a adoção de inovações.
  • Complexidade Regulamentar: A conformidade com normativa complexa pode abrandar a implementação de novas tecnologias.
  • Concorrência de Fintechs: As fintechs, como neobancos e plataformas de crowdfunding, oferecem serviços modernos e ágeis, atraindo clientes que procuram eficiência e transparência.

Apesar destes desafios, os bancos têm a oportunidade de transformar-se. Ao abraçarem a inovação e reestruturarem os seus modelos operacionais, podem manter a relevância no mercado financeiro. Exemplos de adaptação bem-sucedida incluem a integração com Open Banking e a adoção de soluções de inteligência artificial para a conformidade regulatória.

O Papel do Open Banking na Transformação Bancária

O Open Banking está a redefinir o setor bancário ao abrir o acesso a dados financeiros que antes eram exclusivos dos bancos. Este conceito permite que bancos e serviços financeiros não tradicionais, como as fintechs, acedam às informações bancárias dos clientes sob autorização.

  • Quebra de Monopólio:
    • Os bancos tradicionais já não têm o exclusivo de acesso aos dados bancários.
    • Abertura de novas oportunidades para fintechs criarem serviços personalizados e inovadores.
  • Maior Transparência:
    • Os clientes têm uma visão clara de como os seus dados são utilizados.
    • Permite a comparação de serviços entre diferentes instituições financeiras.
  • Inovação e Competição:
    • Incentiva o desenvolvimento de soluções financeiras mais eficientes.
    • Aumenta a competição ao trazer novas empresas para o mercado.
  • Benefícios para Clientes:
    • Maior conveniência e acessibilidade na gestão das finanças pessoais.
    • Acesso simplificado a produtos financeiros diversificados e muitas vezes mais baratos.

Para entender melhor as tendências emergentes do Open Banking e como está a abrir novas fronteiras no setor financeiro, podes explorar aqui.

A Ética e a Regulação no Mundo das Fintechs

A ética e a regulação são fundamentais no setor das fintechs para garantir a confiança e a segurança nas transações financeiras. Sem uma supervisão adequada, o risco de escândalos como o da FTX aumenta exponencialmente, prejudicando tanto os consumidores como a reputação do setor.

"As pessoas podem dizer que são sérias, mas não basta dizer; tem que ser e parecer", afirma Orlando Costa, sublinhando a importância de uma regulação robusta e transparente.

Importância da Regulação

  • Proteção do Consumidor: A regulação assegura que as práticas das fintechs são justas e que os consumidores estão protegidos contra fraudes.
  • Transparência: Garante que as operações são transparentes, evitando manipulações e abusos.
  • Confiança: A existência de uma supervisão rigorosa aumenta a confiança dos consumidores e dos investidores no setor.

Exemplos de Inflação

FTX: Um caso emblemático de falta de regulação. A ausência de controlos robustos permitiu práticas fraudulentas, resultando em perdas massivas para os investidores.

"Quando lidamos com ativos de terceiros, tem que haver uma entidade supervisora", alerta Orlando Costa, enfatizando a necessidade de uma terceira parte na regulação.

No mundo das fintechs, a ética e a regulação andam de mãos dadas, sendo essenciais para a sustentabilidade e crescimento do setor.

Questões Frequentes