26 de julho, 2024
Descobre as soluções propostas para transformar o Serviço Nacional de Saúde e enfrentar os desafios atuais.
Gerado pela Frigideira
Os profissionais de saúde em Portugal, como médicos e enfermeiros, enfrentam sérias dificuldades salariais que afetam a sua motivação e eficiência no trabalho.
Uma das razões principais é a comparação desfavorável com o setor privado. Médicos e enfermeiros que trabalham no setor público frequentemente realizam menos procedimentos e consultas do que aqueles no setor privado, devido a processos burocráticos que consomem tempo. Estas ineficiências não apenas reduzem o rendimento potencial, mas também aumentam a frustração entre os profissionais de saúde.
Adicionalmente, a burocracia é um obstáculo constante. Muitos profissionais relatam que grande parte do seu tempo é desperdiçado com tarefas administrativas e com a má gestão dos recursos hospitalares. Por exemplo, a falta de ferramentas específicas ou a ausência de um membro da equipa pode paralisar operações, causando atrasos e desperdício de tempo que poderiam ser dedicados aos cuidados médicos.
Estes fatores combinados criam um ambiente de trabalho onde a eficiência e a produtividade são comprometidas, resultando em remunerações que não correspondem ao esforço e ao nível de qualificação dos profissionais de saúde.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal enfrenta diversos problemas de gestão que afetam o seu desempenho global. Eis uma lista dos principais desafios:
Para saber mais sobre os desafios de burocracia não apenas no setor da saúde, mas também em outras indústrias, podes ouvir o nosso episódio sobre os desafios burocráticos para as empresas em Portugal.
Nos hospitais privados, a eficiência e a qualidade dos serviços são notoriamente superiores às do setor público. Uma das razões para isso é a competência dos gestores. Gestores privados são frequentemente selecionados por sua capacidade de otimizar processos e manter altos padrões de operação. Esta competência contrasta com a gestão pública, onde a burocracia e a falta de autonomia são obstáculos constantes.
Gestores no setor privado têm mais flexibilidade para tomar decisões rápidas, ajustar processos e implementar mudanças. Eles também conseguem gerir recursos de forma mais eficaz, garantindo que equipamentos e pessoal estejam sempre disponíveis. Por exemplo, um hospital privado que enfrenta a falta de uma ferramenta específica consegue rapidamente adquirir o equipamento necessário e manter as operações sem interrupções.
Em contrapartida, gestores públicos lidam com inúmeros desafios. A dependência de aprovações superiores para pequenos ajustes operacionais e a falta de recursos são apenas algumas das dificuldades. Além disso, a necessidade de reportar constantemente a diferentes stakeholders consome tempo valioso que poderia ser dedicado à melhoria dos serviços de saúde.
Esta diferença na gestão impacta significativamente a satisfação e a motivação dos profissionais de saúde, contribuindo para um desempenho inferior nos hospitais públicos quando comparados aos privados. Esta comparação é evidente na forma como a medicina personalizada está a transformar o futuro da saúde em alguns hospitais privados, proporcionando cuidados mais precisos e eficientes.
Atrair gestores competentes para o setor público em Portugal enfrenta vários obstáculos. Um dos principais desafios é a questão dos salários. Os vencimentos no setor público são frequentemente inferiores aos do setor privado, o que torna menos atrativo para gestores experientes.
Além dos salários, a exposição mediática é outro fator desencorajador. Trabalhar no setor público muitas vezes envolve uma exposição elevada e crítica constante, o que pode afastar os melhores talentos.
Para resolver estes problemas, é essencial reformular políticas salariais e proporcionar uma maior autonomia aos gestores. A criação de um ambiente que permita a implementação de mudanças significativas sem a contínua interferência política pode também ser um atrativo.
Estas dificuldades mostram que há muito a fazer para que o setor público se torne um destino preferido para gestores competentes, que possam contribuir para melhorar serviços como o SNS Portugal.