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29 de julho, 2024

#176: BITCOIN VAI SUBSTITUIR O OURO E A NOVA ECONOMIA DIGITAL c/ Hugo Volz Oliveira

Descobre se a Bitcoin tem o potencial de substituir o ouro como reserva de valor e o que isso significa para a economia.

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Gerado pela Frigideira

O que é a Bitcoin e como surgiu?

A Bitcoin, uma criptomoeda revolucionária, surgiu em 2009. Foi criada por um indivíduo ou grupo de indivíduos sob o pseudónimo Satoshi Nakamoto. A identidade real de Satoshi continua um mistério até hoje.

Ao contrário das moedas tradicionais, como o euro ou o dólar, a Bitcoin opera numa rede descentralizada chamada blockchain. Esta tecnologia permite que todas as transações sejam registadas num livro-razão público, transparente e imutável. Isto elimina a necessidade de intermediários, como bancos, tornando as transferências mais rápidas e seguras.

Diferente do dinheiro convencional, que pode ser impresso conforme a necessidade dos bancos centrais, a Bitcoin tem uma oferta limitada de 21 milhões de unidades. Esta característica protege-a contra a inflação e torna-a uma potencial reserva de valor.

Além disso, a natureza descentralizada da Bitcoin protege-a da manipulação governamental, garantindo um grau de liberdade financeira sem precedentes. É esta combinação de escassez, segurança e independência que distingue a Bitcoin das moedas tradicionais e lhe confere um valor único no mundo digital.

Para saber mais sobre como as criptomoedas desafiam os sistemas financeiros tradicionais, podes explorar episódios anteriores do Bitalk, como o que discute se a Bitcoin é um esquema Ponzi.

Porque temos dinheiro?

Ao longo da história, o ser humano precisava de trocar bens e serviços. No entanto, surgiram dificuldades quando as necessidades não coincidiam. Por exemplo, quem tinha batatas podia não encontrar alguém disposto a trocar ovos.

Para resolver esta complicação, o dinheiro foi criado como uma abstração do valor. Em vez de trocarmos diretamente produtos como vacas por porcos, utilizamos o dinheiro como intermediário. Assim, tornou-se mais fácil realizar trocas mesmo quando não havia uma coincidência imediata de interesses.

O conceito de dinheiro evoluiu com o tempo. Inicialmente, foram utilizados objetos como conchas, pedras e metais preciosos. A cunhagem de moedas pelos gregos no século VII a.C. facilitou ainda mais as trocas comerciais, especialmente em atividades mercantis e militares.

Hoje, o dinheiro continua a ser fundamental para a sociedade, adaptando-se às necessidades modernas com a introdução de formas digitais e criptomoedas. Para uma análise mais profunda das expectativas e realidades do nosso mundo, vê a nossa conversa com João Cotrim Figueiredo no episódio 171.

Como a Bitcoin pode substituir o ouro?

A Bitcoin tem várias características que a tornam uma potencial substituta do ouro como reserva de valor. Primeiro, a sua escassez programática é um fator crucial. Tal como o ouro, a oferta de Bitcoin é limitada, com um máximo de 21 milhões de unidades. Esta limitação protege-a contra a inflação e assegura uma previsibilidade de valor que o ouro também oferece.

Além disso, a segurança da Bitcoin é garantida pela tecnologia blockchain. Todas as transações são registadas num livro-razão público, transparente e imutável. Esta funcionalidade elimina a possibilidade de fraudes e a necessidade de intermediários, como bancos, tornando as transações mais seguras e ágeis. Para quem quer saber mais sobre o funcionamento das redes onde se baseiam as criptomoedas, aconselho a consultar o episódio onde falamos sobre blockchain de terceira geração.

A facilidade de transferência é outra vantagem significativa. Transferir Bitcoin é simples e rápido, independentemente da localização geográfica. Ao contrário do ouro, que exige transporte físico e enfrenta riscos logísticos, a Bitcoin pode ser transferida com um clique, reduzindo custos e tempo.

Por último, a portabilidade da Bitcoin é inigualável. Guardar grandes quantidades de Bitcoin num hardware wallet é mais prático e seguro do que armazenar ouro físico. A sua divisibilidade, permitindo transações de valores mínimos, adiciona uma camada extra de flexibilidade.

Os bancos centrais estão a comprar Bitcoin?

Sim, os bancos centrais estão a adicionar Bitcoin às suas reservas. Alguns países como os Estados Unidos e a Alemanha já possuem reservas significativas de Bitcoin, que foram obtidas através de confiscações em operações criminais. Além disso, a China tem investido na mineração de Bitcoin, consolidando a sua participação no mercado.

Os bancos centrais veem a Bitcoin como uma reserva de valor comparável ao ouro. De facto, a escassez programada de Bitcoin limita a sua oferta a 21 milhões, em contraste com a capacidade ilimitada de impressão de moedas fiat que pode levar a uma inflação descontrolada.

Este movimento tem um impacto significativo na economia global. À medida que mais bancos centrais adicionam Bitcoin às suas reservas, a confiança na Bitcoin como uma forma de preservar valor aumenta. Tal como antes dependíamos do ouro, a Bitcoin oferece uma alternativa moderna e digital para estruturar as finanças de um país. Este já é um tema abordado em episódios anteriores do Bitalk, onde se discute como a Bitcoin é vista como “ouro digital”.

No entanto, o impacto total ainda é incerto devido à volatilidade da Bitcoin e à necessidade de regulação adequada. A longo prazo, a adoção crescente por parte dos bancos centrais pode estabilizar o seu valor e integrar a Bitcoin como uma parte crucial das economias nacionais.

Quais são os desafios da Bitcoin como reserva de valor?

A adoção da Bitcoin como reserva de valor enfrenta vários desafios. Um dos principais é a sua volatilidade, que se manifesta em flutuações significativas de preço. Esta alta volatilidade pode desincentivar tanto investidores como utilizadores do dia-a-dia, tornando arriscado confiar nela como um porto seguro.

Outro obstáculo é a regulação. A falta de clareza e uniformidade nas regulamentações globais impede a Bitcoin de alcançar um reconhecimento universal. Governos estão a considerar restrições ou proibições que podem limitar a sua utilização e aceitação.

Além disso, a segurança é uma preocupação constante. Riscos de hacking e fraudes tornam cruciais os mecanismos de proteção e educação sobre a cibersegurança. Sem essas proteções, a legitimidade da Bitcoin como reserva de valor permanece vulnerável.

Para um entendimento mais profundo dos desafios e projeções futuras, explora as nossas conversas, como a que discute o impacto das criptomoedas na economia global.


A regulação da criptoeconomia: como funciona?

A criptoeconomia está a ser cada vez mais regulada, tanto a nível global quanto europeu. Estes regulamentos visam adaptar-se às características únicas das criptomoedas e da tecnologia blockchain, que não encaixam perfeitamente nas regulamentações tradicionais.

Atualmente, a Europa lidera na regulação da criptoeconomia. Novas leis estão a ser implementadas para garantir que as plataformas de criptoativos operam de forma transparente e segura. No entanto, essa regulação enfrenta desafios significativos, como a difícil adaptação das regras tradicionais às novas tecnologias descentralizadas.

Um exemplo claro é a tentativa de regular os intermediários na criptoeconomia. Nas finanças tradicionais, os bancos e outras instituições financeiras são intermediários cruciais e, portanto, altamente regulados. No entanto, na criptoeconomia, muitas plataformas não possuem intermediários, operando de forma autónoma e descentralizada, o que torna a regulação mais complexa.

A adaptação precisa estabelecer um equilíbrio entre proteger os utilizadores e não sufocar a inovação. À medida que a criptoeconomia continua a evoluir, é fundamental que a regulação consiga acompanhar as mudanças sem ser excessivamente restritiva.

Para uma análise mais aprofundada sobre os impactos da regulação estatal e as suas intervenções, podes explorar o nosso episódio com Nuno Lima Luz.

Questões Frequentes