#180: O SEGREDO DE COMO CONSEGUIR MAIS DINHEIRO PARA O TEU NEGÓCIO c/ Rui Serapicos

Porque é que os portugueses não gastam o dinheiro dos fundos disponíveis?

Muitos empresários portugueses consideram a submissão de candidaturas para subsídios extremamente pesada e burocrática. Este processo, repleto de formulários e requisitos complexos, desmotiva os candidatos desde o início. A perceção de que todo o esforço pode não resultar em nada eficaz agrava ainda mais a situação.

Além disso, os processos de aprovação são muitas vezes lentos. Em alguns casos, podem demorar até dois anos para serem concluídos, como aconteceu com um jovem agricultor que acabou por abandonar o seu projeto enquanto aguardava a aprovação.

Outro fator a considerar é a falta de confiança no sistema. Há quem acredite que existem estruturas informais que favorecem determinadas candidaturas, o que afeta a reputação do Estado e desmoraliza os empresários. Para agravar esta perspectiva, algumas empresas são vistas como "campeãs" da submissão de candidaturas, conseguindo fundos repetidamente devido ao seu conhecimento e experiência em navegar nestes processos.

Essas barreiras burocráticas e perceções negativas criam um cenário onde muitos fundos disponíveis acabam por não ser utilizados, impactando negativamente a execução dos programas de apoio e o crescimento do ecossistema empresarial.

Para entender mais sobre a relação dos portugueses com questões financeiras, consulta este artigo sobre a doença financeira.

Corrupção ou bom networking: Qual é a realidade?

Existem rumores e perceções de que algumas candidaturas para fundos em Portugal são favorecidas devido a estruturas informais. Isto cria um ambiente de dúvidas e desconfiança. Aqui estão alguns pontos a considerar:

Favoritismo de Candidaturas: Certas empresas parecem ser "campeãs" na submissão de candidaturas, conseguindo fundos repetidamente. Isso pode gerar a sensação de que apenas determinados participantes têm acesso privilegiado.
Impacto na Reputação: A ideia de que só "A, B ou C" ganham candidaturas devido a influências não clara afeta negativamente a reputação do Estado. Esta percepção do favorecimento reduz a confiança dos empresários no sistema de apoio.
Exemplos Práticos: Existem casos onde candidaturas portuguesas rejeitadas pela União Europeia foram reavaliadas em Portugal. O facto de essas propostas serem ajustadas e posteriormente aceites realça a diferença nos padrões de avaliação entre os órgãos europeus e nacionais.
Comentário de Especialistas: Rui Serapicos mencionou que a maioria dos empresários acredita que o processo de submissão de candidaturas é pesado e muitas vezes ineficaz. Muitos preferem não tentar, sabendo que o "jogo" pode já estar viciado.

Para modestos dettagli e exemplos sobre como o networking pode influenciar o sucesso, podes ler também sobre a importância de conectar pessoas no ecossistema empreendedor.

Como funcionam os diferentes tipos de fundos disponíveis?

Existem vários tipos de fundos disponíveis para quem procura financiar o seu negócio, sejam eles nacionais ou europeus. Vamos explorar alguns dos principais tipos:

PRR (Plano de Recuperação e Resiliência)
- Descrição: Este fundo visa apoiar a recuperação económica e social após a pandemia.
- Foco: Infraestruturas, saúde, educação, inovação tecnológica e transição ecológica.
- Beneficiários: Empresas de diversos setores que apresentem projetos alinhados com os objetivos do plano.
Horizon Europe
- Descrição: É o maior programa de investigação e inovação da União Europeia.
- Foco: Ciência excelente, liderança industrial e desafios globais.
- Beneficiários: Instituições académicas, centros de investigação e empresas inovadoras.
LIFE
- Descrição: Programa ambiental e climático da União Europeia.
- Foco: Sustentabilidade, proteção ambiental, biodiversidade e ação climática.
- Beneficiários: Organizações públicas e privadas que desenvolvam projetos de impacto ambiental.
Fundos Nacionais
- Descrição: Apoios concedidos pelo governo português para promover o desenvolvimento económico.
- Foco: Empreendedorismo, inovação, exportação e setores estratégicos nacionais como agricultura e turismo.
- Beneficiários: Pequenas e médias empresas (PMEs) que pretendem crescer e inovar.

Para uma melhor compreensão dos desafios na criação de fundos e da dinâmica de investimento, podes consultar o episódio sobre desafios na criação de um fundo de investimento.

Os diferentes tipos de

Todas as empresas podem recorrer a fundos?

Nem todas as empresas são elegíveis para fundos; existem diversas condições para se qualificar. Vamos analisar algumas dessas condições e dar dicas para aumentar as chances de sucesso.

Condições de Elegibilidade

Tipo de Empresa: Certas categorias de fundos focam-se em pequenas e médias empresas (PMEs), enquanto outros podem estar disponíveis apenas para grandes empresas ou startups.
Setor de Atividade: Alguns fundos, como os focados em inovação ou sustentabilidade, podem restringir-se a determinados setores, como tecnologias verdes ou biotecnologia.
Localização: Em alguns casos, os fundos podem ser destinados apenas a empresas localizadas em áreas específicas ou que impactem diretamente essas regiões.
Histórico e Solvência: Empresas com um histórico financeiro sólido e sem dívidas significativas têm maior probabilidade de sucesso na submissão de candidaturas.

Dicas para Aumentar as Chances de Sucesso

Preparação Antecipada: Começar o processo de candidatura com bastante antecedência pode ser crucial. A preparação demorada melhora a qualidade da candidatura e evita submissões "em cima do joelho".
Consultoria Especializada: Contratar consultores especializados pode auxiliar na preparação de uma candidatura forte e com maiores probabilidades de ser aprovada.
Networking: Manter uma rede de contactos robusta pode abrir portas para colaborações e parcerias fundamentais. O networking é essencial para conectar-se a consórcios internacionais ou entidades que já tenham experiência em submissões bem-sucedidas.

Para entender como o networking influencia o sucesso, veja como a Uniplaces levantou 5 milhões através de relações estabelecidas com investidores.

Investir nas pessoas: A diferença entre Portugal e EUA

O investimento em Portugal e nos Estados Unidos revela diferenças fundamentais na mentalidade. Nos EUA, foca-se mais nas pessoas do que nas ideias.

"Investe-se mais nas pessoas e menos nas ideias, porque é nas pessoas onde está a resiliência, a capacidade de mudar e de fazer pivô." - Rui Serapicos

Nos Estados Unidos, buscar empreendedores com características e DNA de inovação é chave. O país valoriza a capacidade do fundador em adaptar-se, pivotar e, sobretudo, escalar o negócio. Ao contrário, em Portugal, muitos fundos e processos são construídos em torno das ideias e projetos, o que pode resultar em falta de flexibilidade quando um pivot é necessário.

Esta abordagem americana permite investir no resultado, sem amarras, enquanto em Portugal investe-se nos processos bem definidos, mas rígidos.

Compreender essa diferença pode ajudar a criar oportunidades de crescimento significativas e moldar uma nova visão de financiamento empresarial em Portugal.

Para mais insights sobre a importância de investir nas pessoas, podes ouvir este episódio com Roberto Machado.

Incentivar PMEs a adotar Inteligência Artificial

A adoção de ferramentas de inteligência artificial (IA) pode transformar radicalmente a economia, tornando-a mais resiliente e eficiente. Para as pequenas e médias empresas (PMEs), a IA oferece a oportunidade de otimizar processos, reduzir custos e criar novas fontes de receita. No entanto, a implementação de IA nas PMEs enfrenta barreiras significativas.

É crucial incentivar o uso destas tecnologias através de programas de apoio. Estes programas podem aliviar os custos iniciais e fornecer a formação necessária para a implementação eficaz. Além disso, a colaboração com universidades e centros de investigação pode ser uma excelente forma de aceder a conhecimentos especializados.

Programas de Apoio e Incentivos

Existem vários programas que podem incentivar as PMEs a adotar IA:

PRR (Plano de Recuperação e Resiliência):
- Foco em inovação tecnológica e transição digital.
Horizon Europe:
- Financiamento para projetos de investigação e desenvolvimento em IA.
Apoios Nacionais:
- Subsídios e incentivos fiscais para empresas que adotem tecnologias avançadas.

Estas iniciativas não só ajudam as PMEs a permanecer competitivas, mas também potenciam o crescimento económico e a criação de empregos.

Com a adoção crescente da inteligência artificial, as PMEs podem melhorar a qualidade dos seus serviços e produtos, tornando-se mais competitivas no mercado global. Para entender melhor os desafios éticos ao desenvolver IA, assiste ao nosso episódio sobre tecnologias de inteligência artificial desenvolvidas pela Heptasense.

O futuro dos empregos e a automação total

A automação total promete reconfigurar a economia e os empregos como nunca antes visto.

Impactos na Economia e no Trabalho

A automação otimiza tarefas repetitivas, libertando os trabalhadores para funções mais criativas.
A economia pode tornar-se mais eficiente, com menos erros e maior produtividade.
As empresas que adotam automação podem reduzir custos operacionais.

Discussão sobre Deepfakes e Políticos Sintéticos

Deepfakes: Estas tecnologias permitem criar vídeos falsos incrivelmente realistas. Isso pode ter impactos negativos na confiança pública e na integridade das informações.
Políticos Sintéticos: Pode surgir a questão sobre preferir políticos humanos ou sintéticos. Políticos sintéticos seriam avaliados pela coerência e cumprimento de promessas, enquanto os humanos são imprevisíveis.

O Último Emprego do Mundo?

À medida que a automação avança, podemos questionar qual será o último emprego a ser automatizado. Muito provavelmente, profissões que envolvem criatividade, empatia e tomadas de decisão complexas serão as últimas a serem substituídas.

Para mais insights sobre a evolução de empregos e o impacto da tecnologia, consulta o episódio completo.