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26 de julho, 2024

#187: TIME OUT LISBOA EM GUERRA JUDICIAL c/ Vera Moura

Explora as mudanças no jornalismo, a crise das revistas e jornais, e a polêmica da carteira de jornalista com Vera Moura, diretora editorial da Time Out.

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Gerado pela Frigideira

As Revistas e os Jornais vão desaparecer?

Vera Moura, diretora editorial da Time Out Lisboa, não acredita que as revistas e jornais vão desaparecer. Ela reconhece que há um forte impacto negativo e uma evidente quebra nas vendas de jornais e revistas, que já se observa há muitos anos. Contudo, acredita que a chave está na reinvenção dos meios de comunicação.

Apesar das dificuldades, Moura assinala que a Time Out está a apostar em novas formas de apresentar conteúdo. Um exemplo é a transição de uma revista semanal impressa para uma revista digital gratuita e, mais recentemente, para uma edição impressa trimestral com design mais cuidado e reportagens de fundo.

A jornalista salienta a importância de entender como as pessoas consomem informação hoje em dia e adaptar-se a essas novas preferências. Moura acredita que ainda existe espaço para nichos de mercado que valorizam objetos de qualidade, como revistas bem desenhadas e não descartáveis.

Em resumo, Vera Moura defende que, embora sejam necessários ajustes e inovações, as revistas e jornais não estão destinados a desaparecer, mas precisam de se reinventar para continuar relevantes no mercado editorial atual.

Como seria uma sociedade sem jornalistas?

A presença dos jornalistas é vital para uma sociedade informada. Vera Moura argumenta que os jornalistas desempenham um papel crucial ao validar informações e investigar a fundo, algo que os influencers muitas vezes não fazem.

Enquanto os influencers partilham opiniões e conteúdos aprovados por marcas, os jornalistas são fiéis a um código de ética que assegura a imparcialidade e a precisão das notícias.

Num cenário sem jornalistas, a informação tendenciosa e não verificada poderia proliferar, levando a desinformações e manipulações. A sociedade perderia a visão crítica, essencial para questionar autoridades e compreender o contexto das notícias.

Moura enfatiza que, apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor, o jornalismo sério e independente continua a ser um pilar indispensável para a democracia e o bem-estar social.

Qual é a guerra entre a Time Out e a CCPJ?

A controvérsia entre a Time Out e a Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas (CCPJ) gira em torno da renovação das carteiras dos jornalistas da revista. Aqui estão os pontos-chave:

  • Negação das carteiras: A CCPJ começou a negar a renovação das carteiras dos jornalistas da Time Out há cerca de dois anos, alegando que o jornalismo de lifestyle não é "jornalismo sério" quando feito em meios especializados.
  • Crítica ao caráter promocional: A comissão considera que a Time Out é maioritariamente promocional e, portanto, os seus conteúdos não qualificam como jornalismo. Eles permitem a cobertura de lifestyle apenas em publicações generalistas.
  • Implicações pessoais e profissionais: A negação das carteiras afetou pessoal e profissionalmente os jornalistas da revista. Alguns jornalistas deixaram a profissão ou rejeitaram propostas da Time Out para não perderem a carteira.
  • Casos específicos: Dois jornalistas tiveram inicialmente as suas carteiras negadas, mas conseguiram recuperá-las provisoriamente pela via judicial. No entanto, o processo ainda está em curso.
  • Impacto no recrutamento: A Time Out já perdeu candidatos promissores que recusaram ofertas de emprego devido à incerteza em torno da carteira de jornalista.

Como é que os media fazem dinheiro hoje em dia?

  1. Publicidade
    A publicidade continua a ser uma das maiores fontes de receita para os media. Anúncios tradicionais, branded content e parcerias com marcas são comuns.
  2. Vendas de Edições Impressas
    Apesar da queda nas vendas, ainda há nichos que valorizam edições impressas. Revistas de alta qualidade e design sofisticado, como a Time Out Lisboa, ainda encontram mercado.
  3. Eventos
    Muitas publicações organizam eventos, desde conferências até festivais, onde os jornalistas são curadores. Estes eventos não só geram receita direta, como também fortalecem a marca.
  4. Subscrições Online
    Em meio ao conteúdo gratuito, alguns meios optaram por modelos de subscrição. Exemplos como Público e Observador oferecem conteúdos exclusivos para assinantes, permitindo um fluxo de caixa mais previsível.

Qual é o impacto das redes sociais no consumo de informação?

As redes sociais transformaram a maneira como consumimos informação, criando vários desafios para os meios de comunicação tradicionais.

Em primeiro lugar, a abundância de conteúdo disponível online leva os utilizadores a formarem bolhas de informação. Estes algoritmos apresentam conteúdo que reforça as suas crenças e interesses, diminuindo a exposição a perspetivas diversas e contraditórias. Assim, cada vez mais pessoas consomem informações filtradas, criando um ambiente de eco que pode distorcer a perceção da realidade.

Além disso, a velocidade com que as notícias são partilhadas e consumidas nas redes sociais coloca uma pressão tremenda sobre os jornalistas para serem os primeiros a relatar eventos. Esta urgência pode comprometer a precisão da informação, já que os profissionais muitas vezes têm menos tempo para verificar os factos e realizar investigações aprofundadas.

Outro impacto significativo é a competição direta entre os media tradicionais e os influencers. Muitos consumidores seguem influencers como se fossem amigos, confiando mais na sua opinião pessoal do que em reportagens jornalísticas. Esta mudança desafia os meios de comunicação a reinventarem-se para manter a relevância e credibilidade aos olhos do público.

Para mais informações sobre como a justiça e transparência impactam a política, podes consultar o nosso episódio sobre políticos que até fazem saltar a tampa.

Em suma, as redes sociais não só alteraram a forma de consumir informação, como também exigiram novas abordagens e adaptações por parte dos media tradicionais para se manterem relevantes.

Questões Frequentes