18 de setembro, 2024
Descobre os segredos do capital de risco, desde a avaliação de startups até às inovações no mundo dos VCs.
Gerado pela Frigideira
Capital de risco, ou venture capital (VC), é um tipo de financiamento fornecido a empresas emergentes e inovadoras, conhecidas como startups. Estas empresas são altamente promissoras e têm o potencial de mudar indústrias inteiras, mas também carregam um risco significativo.
A razão pela qual é considerado arriscado deve-se à natureza das startups. Grande parte dessas empresas falha. Estatísticas mostram que de cada 100 startups, apenas uma pode alcançar um sucesso significativo. Os investidores estão conscientes desse risco e, por isso, investem em várias startups ao mesmo tempo, esperando que pelo menos uma delas cresça exponencialmente e compense as perdas das outras.
Exemplos de startups de sucesso são o Spotify, a Uber e a Revolut. Contudo, por cada uma dessas, existem milhares que não conseguem vingar. Apesar do risco elevado, o capital de risco é fundamental porque financia a inovação que pode transformar mercados e sociedades. É um jogo de altas apostas, onde a gestão de risco é crucial para os investidores.
A avaliação de uma startup desde a sua fase inicial baseia-se no potencial futuro e não necessariamente no presente. Quando um investidor olha para uma ideia embrionária, a primeira coisa que faz é projetar o melhor cenário possível, imaginando como aquela ideia poderá revolucionar uma indústria.
No estágio inicial, também conhecido como pre-seed, ainda não existe produto, receita ou cliente. Mesmo assim, os investidores podem avaliar a empresa em um milhão de euros ou mais. Eles fazem isso baseando-se no potencial de escalabilidade e no impacto que a solução pode ter no futuro.
A lógica é simples: se uma pequena equipa com uma ideia promissora conseguir desenvolver um produto inovador que resolva um problema significativo, esse produto pode valer muito mais no futuro. Por isso, esses investidores estão dispostos a arriscar, sabendo que a maioria das startups falha. Entre as que sobreviverem, a valorização pode ser gigantesca, com retornos de 10, 100 ou até 1000 vezes o valor investido.
Para ler mais sobre a importância das estratégias de investimento para alcançar um milhão, podes também ouvir outros episódios do Bitalk!
Uma startup e um negócio tradicional podem parecer semelhantes à primeira vista, mas as suas diferenças são fundamentais.
Primeiro, as startups são projetadas para escalabilidade rápida e inovação contínua. Elas procuram criar algo novo e disruptivo que possa transformar indústrias inteiras. Por exemplo, as startups têm o objetivo de ganhar mercado de forma veloz, sacrificando muitas vezes os lucros iniciais para conquistar uma grande parte do mercado antes dos concorrentes.
Em contraste, os negócios tradicionais focam-se em crescimento sustentável e rentabilidade imediata. Pense numa cafeteria ou numa loja de roupas: elas têm um crescimento previsível, muitas vezes limitado pela capacidade operacional e geográfica. Este tipo de negócio foca-se em ser rentável desde o início, priorizando um serviço constante e estável para a comunidade local.
Além disso, numa startup, o risco e a incerteza são muito mais altos. A maioria das startups pode falhar, mas a promessa de um crescimento exponencial justifica os investimentos massivos. Negócios tradicionais, por outro lado, oferecem mais previsibilidade e menos risco, mas também menor potencial de crescimento rápido.
Para explorar mais sobre as diferenças entre negócios e startups, consulta os nossos episódios anteriores onde falamos sobre as variadas experiências dos empreendedores.
Simplesmente, é essa ambição de crescimento rápido e a capacidade de escalar que diferencia uma startup de um negócio tradicional.
Quando olhamos para o capital de risco, é fácil pensar que gastar vastas quantias em startups, muitas das quais falham, parece um grande desperdício. No entanto, a situação é mais complexa.
Desperdício Aparente: No curto prazo, pode parecer que os fundos estão a ser desperdiçados quando uma grande parte das startups não atinge o sucesso. Recursos financeiros, tempo e inteligência são investidos em projetos que, eventualmente, não geram retorno. Alguns argumentam que este esforço poderia ser direcionado para iniciativas mais seguras e com retorno garantido.
Redistribuição de Riqueza: Contudo, mesmo quando as startups falham, há uma redistribuição significativa de riqueza. Investidores colocam dinheiro nas mãos de empreendedores, que contratam funcionários, pagam salários, e colaboram com fornecedores. O capital flui e sustenta a economia de várias formas, criando um ciclo virtuoso. Esta redistribuição proporciona oportunidades de aprendizagem e crescimento que são inestimáveis no longo prazo.
Impacto Positivo: As startups que conseguem vingar transformam completamente mercados e sociedades. A criação de empresas como a Amazon ou o Spotify não seria possível sem o suporte inicial de capital de risco. Portanto, apesar dos riscos, este tipo de investimento é essencial para a inovação e progresso da nossa sociedade.
Para mais sobre os desafios do investimento diretamente em startups, verifica um dos nossos episódios!
O mundo dos Venture Capital (VCs) tem visto várias inovações nos últimos anos, quer em modelos de financiamento, quer no uso de tecnologia e mudanças estruturais.
Modelos Alternativos: Tradicionalmente, VCs seguem um modelo de fundo de investimento com uma vida de 10 anos. No entanto, surgiram novas abordagens como os "Evergreen Funds", que não têm prazo de validade definido e permitem reinvestimentos contínuos.
Seedcamp: Pioneira nos portfólios grandes em pre-seed, Seedcamp demonstrou que investir em mais de 100 startups num único fundo pode ser eficaz. A Seedcamp contraria a lógica de portfólios pequenos.
Análise de Dados e IA: A tecnologia está a revolucionar a forma como os VCs identificam e escolhem startups. Com ferramentas de análise de dados e inteligência artificial, os investidores podem prever tendências e identificar oportunidades de maneira mais precisa.
Mercados Secundários: Investimentos em mercados secundários, onde os VCs podem comprar ações de startups já em estágios avançados, estão a ganhar popularidade. Este modelo permite aos investidores uma saída mais rápida e liquidez elevada.
Secundários de Carry: Inovações como a venda de "carry" - a participação nos lucros futuros dos VCs - fornecem liquidez às equipas gestoras dos fundos, garantindo capital para futuros investimentos.
Estas inovações facilitam acesso ao capital e aumentam a eficiência no investimento em startups. Para aprofundar mais sobre o impacto dos modelos de financiamento em startups B2C, consulta o nosso episódio com o Rafic Daud, co-founder da Undandy.