29 de julho, 2024
Descobre as visões disruptivas de Nuno Santana sobre o impacto do Covid-19, empreendedorismo e economia.
Gerado pela Frigideira
Nuno Santana vê o Covid-19 como uma contingência de saúde, uma entre muitas. Ele expressa uma opinião forte sobre as medidas de lockdown, considerando-as excessivas e desproporcionadas, levando a uma crise de esquizofrenia global. Segundo ele, a resposta ao vírus refletiu um desequilíbrio significativo, com restrições que invadiram liberdades pessoais e paralisaram a sociedade.
Santana destaca que a criação de pânico foi exacerbada pela amplificação viral das mensagens nas redes sociais e media tradicionais. Ele, que viveu a pandemia na pele, menciona como essa amplificação, combinada com o desconhecimento inicial sobre o vírus, gerou um medo desordenado e reações extremas da população.
Para Nuno, a gestão da pandemia transformou-se numa obsessão unilateral, ofuscando outras crises de saúde e problemáticas sociais. O tratamento do Covid-19 como a única prioridade criou uma visão distorcida e alarmista, onde não houve espaço para boas notícias ou para uma abordagem equilibrada entre a proteção da saúde e a manutenção das liberdades individuais. Ele chama a atenção para a necessidade de uma maior ponderação e equilíbrio nas respostas a crises globais.
Nuno Santana identifica três dimensões principais que a pandemia afetou: saúde, saúde mental e economia.
A saúde foi diretamente impactada, com pessoas a morrerem, não só de Covid-19 mas também de outras patologias devido à negligência médica exacerbada pelo medo do vírus. Consultas canceladas e diagnósticos adiados foram uma realidade comum.
Na saúde mental, os efeitos foram igualmente devastadores. O isolamento e a paranóia gerada pelas medidas de lockdown deixaram cicatrizes profundas. Muita gente continua a viver com um medo profundamente irrigado em cada ação diária, afetando significativamente relações pessoais e profissionais.
Na economia, o impacto foi brutal, especialmente em restaurantes e bares. Santana destaca que estas pequenas empresas muitas vezes são negócios familiares, o que as torna ainda mais vulneráveis. A falta de apoios efetivos e o carácter informal de muitos destes negócios complicaram ainda mais a situação. Segundo ele, a pandemia mostrou a fragilidade do setor e a necessidade urgente de rever políticas de apoio, algo que se pode aprofundar em nossas conversas no Bitalk.
Nuno Santana teve uma experiência única com o Covid-19. Apanhou o vírus numa fase inicial, durante um evento de neve em Val d'Isère. Posteriormente, em outubro, voltou a ser infetado. Ele descreve como viveu a quarentena com um grupo de amigos, confinados numa casa com um jardim magnífico, transformando o período de isolamento numa experiência mais suportável e até agradável.
A casa, cedida por um amigo, serviu como abrigo para cinco pessoas. A convivência diária e as profundezas das conversas permitiram uma pausa das pressões do mundo exterior. Santana realça que, apesar do receio inicial, nenhum deles sofreu sintomas graves, exceto a perda temporária de paladar.
Além das vivências pessoais, ele reflete sobre os efeitos duradouros do isolamento na saúde mental. Destaca o medo irracional e os comportamentos extremos que observou, frisando a importância de um equilíbrio emocional durante a pandemia. Para ele, esta fase foi um exercício de auto-descoberta e de humanização em tempos de crise.
Nuno Santana faz uma distinção clara entre empreendedor e empresário. Para ele, um empreendedor é alguém que tem ideias, espírito de iniciativa e capacidade para ver oportunidades. No entanto, isso não significa necessariamente que transforme essas ideias em negócios sustentáveis.
Por outro lado, um empresário destaca-se pela capacidade de concretização e de tornar os seus projetos lucrativos. É a diferença entre ter uma ideia e conseguir materializá-la, garantindo a sustentabilidade dos negócios ao longo do tempo.
Segundo Santana, muitos empreendedores podem nunca se tornar empresários se não conseguirem transformar as suas ideias em fontes de rendimento contínuo. Ele exemplifica isso com os conceitos de "cash cows" e de antecipação de tendências, algo abordado em diversos momentos do podcast.
Em resumo, a principal diferença entre um empreendedor e um empresário, segundo Nuno Santana, reside na capacidade de concretização e na sustentabilidade financeira dos projetos. Este insight é vital para compreender a dinâmica entre empreendedorismo pós-Covid e a inovação em tempos de crise.
A falta de experiência pode ser uma vantagem enorme quando se trata de inovação. Nuno Santana, por exemplo, destaca como a ausência de conhecimentos específicos pode abrir portas para abordagens totalmente novas e criativas. Nos seus projetos, como o MEO Spot e o Mega Piquenique do Continente, a ausência de experiência prévia no setor permitiu-lhe criar conceitos inovadores que não seriam concebíveis para alguém condicionado pelos "vícios" da indústria.
No caso do MEO Spot, Nuno e a sua equipa trouxeram uma discoteca ao ar livre para a Praia da Rocha, transformando a forma como as marcas interagem com o público em eventos sociais e musicais. Sem as limitações impostas pelos conhecimentos tradicionais do setor, criaram um ambiente único que mais tarde virou um fenómeno cultural.
Da mesma forma, o Mega Piquenique do Continente foi um evento colossal que juntou milhares de pessoas no Parque da Bela Vista, proporcionando uma experiência incrível e, ao mesmo tempo, certificada pelo Guinness World Records. Se Nuno tivesse muita experiência em gestão de grandes eventos, provavelmente teria evitado os riscos que o tornaram tão inovador e bem-sucedido.
Nuno sublinha que os fenómenos mais inovadores frequentemente vêm de "outsiders" que não têm medo de quebrar as normas. Esta abordagem ousada e sem amarras permitiu-lhe superar desafios e triunfar em áreas onde muitos não arriscariam. Em tempos de crise, como o empreendedorismo pós-Covid, esta atitude pode ser a chave para a verdadeira inovação e sucesso.