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29 de julho, 2024

#81 PT1: Montar um fundo de mais de +54 M Investimento c/ Stephan Morais

Descobre os segredos para criar e gerir um fundo de investimento de 54 milhões de euros com Stephan Morais.

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Gerado pela Frigideira

O que é um fundo de venture capital?

Um fundo de venture capital é uma entidade agregadora de capital destinado a investir em startups com alto potencial de crescimento. O propósito principal destes fundos é identificar e financiar empresas inovadoras que possam gerar retornos financeiros elevados no futuro.

O funcionamento de um fundo de venture capital envolve a captação de capital junto de investidores, conhecidos como Limited Partners (LPs). Estes podem ser indivíduos endinheirados, instituições financeiras, fundações ou fundos de pensão. O capital captado é então investido em várias startups, com a expectativa de que algumas dessas empresas cresçam significativamente, gerando retornos que compensem as falhas inevitáveis de outras.

Ao investir, um fundo de venture capital não só aporta dinheiro, mas também oferece mentoria, rede de contactos e suporte estratégico às startups. O objetivo é maximizar as chances de sucesso dessas empresas, garantindo que elas possam crescer e prosperar no competitivo mercado global.

Quer entender mais sobre como os investidores de capital de risco avaliam startups? Ouve o episódio sobre startups e investimento.

Quais são os principais desafios na criação de um fundo de investimento?

Criar um fundo de investimento não é tarefa fácil. Aqui estão alguns dos principais desafios que quem tenta entrar neste mundo enfrenta:

  • Track Record Sólido: Ter um histórico comprovado de sucessos anteriores é essencial para ganhar a confiança dos investidores.
  • Captação de Capital: Atraír investidores, conhecidos como LPs (Limited Partners), requer uma estratégia bem delineada e uma narrativa convincente sobre onde e como o capital será investido.
  • Gestão de Compliance Regulatória: Cumprir com todas as exigências legais e regulatórias, que podem ser bastante complexas e onerosas.
  • Equipe Dedicada: Ter uma equipa 100% dedicada, comprometida e com exclusividade no fundo é fundamental para atrair investidores mais sérios e de escala global.
  • Custos Operacionais: Mesmo um fundo com considerável capital pode encontrar dificuldades em gerir custos operacionais, como salários, consultorias e auditorias.

Para compreender mais sobre os desafios de empreender em Portugal, podes ouvir o episódio sobre um ecossistema de inovação em Portugal.

Como escolher as startups certas para investir?

  1. Identificar o problema a resolver: Primeiramente, avalia se a startup está a resolver um problema significativo. A solução deve ser pelo menos 10 vezes melhor que qualquer alternativa existente. Se o problema não for claro ou a solução não for superior, é um sinal de alerta.
  2. Escalabilidade do mercado: Verifica se o mercado é grande o suficiente para justificar o investimento. O Total Addressable Market deve ser significativo. Avalia se há muitas pessoas ou empresas dispostas a pagar pela solução proposta.
  3. Qualidade da equipa fundadora: Aposta em fundadores capazes e com experiência. Avalia se a equipa tem o conhecimento necessário e se trabalha bem em conjunto. Testes psicotécnicos e avaliações psicológicas podem ser úteis para entender melhor os fundadores.
  4. Inovação e diferenciação: A startup deve apresentar uma abordagem inovadora que a diferencie do restante mercado. A inovação pode ser tecnológica, de modelo de negócio ou até mesmo de processo.
  5. Potencial de crescimento: A startup precisa ter um potencial claro de crescimento exponencial. Produtos ou serviços com alta escalabilidade digital, por exemplo, facilitam esta análise.

Para explorar mais sobre os desafios das startups em Portugal, consulta os nossos episódios anteriores onde falamos sobre as experiências e estratégias dos empreendedores.

Qual a importância de ter uma equipa dedicada e exclusiva?

Ter uma equipa 100% dedicada e exclusiva a um fundo de venture capital é crucial. Esta dedicação total demonstra compromisso e seriedade, aspetos fundamentais para garantir a confiança dos investidores, os chamados Limited Partners (LPs).

Os LPs exigem a exclusividade porque querem garantir que a equipa esteja focada em maximizar o retorno dos seus investimentos. Dedicar exclusivamente a sua expertise ao fundo permite uma gestão mais eficaz e proativa, visto que o mercado de startups é dinâmico e competitivo.

Adicionalmente, uma equipa dedicada minimiza conflitos de interesse e assegura que todas as decisões estratégicas são tomadas em prol do fundo. Isso gera uma maior coordenação interna e facilita a implementação de estratégias de longo prazo.

No contexto dos fundos de investimento, esta exclusividade é ainda mais vital. A atenção total aos detalhes regulamentares e a administração do portfólio são processos que requerem tempo e esforço constantes.

Por isso, a exclusividade não é apenas uma exigência burocrática: ela é a base da confiança entre os investidores e a gestão do fundo, essencial para o sucesso a longo prazo em venture capital.

Como lidar com o risco e a falha nas startups?

  • Aceitação da Falha: Entender e aceitar que a falha faz parte do processo de investimento em startups. Muitos investimentos vão falhar, e isso é esperado.
  • Diversificação do Portfólio: Investir em várias startups para espalhar o risco. Um portfólio diversificado ajuda a mitigar o impacto das falhas.
  • Acompanhamento Contínuo: Estar sempre presente e acompanhar de perto o progresso das startups. Isso permite uma intervenção proativa quando surgem problemas.
  • Financiamento Contínuo: Reservar capital para rondas de follow-on. Manter a capacidade de investir em startups promissoras nas fases seguintes é crucial.
  • Identificação de Outliers: Procurar identificar desde cedo os "Ronaldos", as startups com potencial para serem excecionais. Esses outliers podem compensar os investimentos que falharam.
  • Avaliação Rigorosa: Implementar métodos rigorosos de avaliação. Exames psicológicos e testes psicotécnicos ajudam a entender melhor as equipas fundadoras e prevenir problemas futuros.

Para mais sobre como gerir as dificuldades enfrentadas por novos empreendedores, consulta as técnicas de resiliência no episódio "Aprender a Falhar e a Importância dos Erros".

Porque é que os unicórnios portugueses têm sede no estrangeiro?

Muitos unicórnios portugueses mudam as suas sedes para os EUA ou Reino Unido por várias razões. Primeiro, há uma questão de captação de capital. Investidores estrangeiros, particularmente americanos, estão mais confortáveis em investir em jurisdições que conhecem bem, como Delaware. Isso facilita acordos e, se necessário, ações legais.

Além disso, há uma questão de quadro legal. Jurisdições como a americana oferecem uma estrutura legal mais robusta e previsível para grandes investimentos. Isso proporciona uma segurança adicional para quem investe em grandes somas e busca evitar surpresas regulatórias.

Finalmente, mudar de sede facilita o acesso a mercados maiores e à infraestrutura necessária para escalar globalmente. Embora Portugal tenha vantagens competitivas, a internacionalização impõe desafios que são mais facilmente navegáveis a partir de centros internacionais como os EUA e Reino Unido.

Como os investidores internacionais veem Portugal?

Os investidores internacionais estão a começar a ver Portugal como um verdadeiro hub de inovação. Este interesse crescente deve-se a vários fatores. Primeiro, o país tem uma comunidade tecnológica vibrante e uma excelente infraestrutura digital, o que facilita a escalabilidade de startups.

Além disso, Portugal tem um bom equilíbrio entre qualidade de vida e custos relativamente baixos. Este ambiente atrai não só talentos locais mas também fundadores estrangeiros interessados em desenvolver as suas empresas em solo português.

Outra grande vantagem é a capacidade de inovação das startups portuguesas. Com uma mão-de-obra qualificada e um mercado interno pequeno, as empresas são obrigadas a pensar globalmente desde o início. Isso, aliado a boas práticas de gestão de risco, torna-as muito atrativas para investidores internacionais.

A percepção de Portugal como um ecossistema de inovação é reforçada por sucessos notáveis como os dos unicórnios portugueses, que provaram que é possível criar valor significativo partindo de um país pequeno. As políticas de incentivo à inovação, como o estatuto de residente não habitual e o Golden Visa, também desempenharam um papel crucial.

Finalmente, a presença de eventos internacionais como a Web Summit colocou Portugal no mapa global da tecnologia e do investimento. Esta combinação de fatores transforma Portugal num destino irresistível para investidores que procuram oportunidades robustas e inovadoras.

Questões Frequentes