10 de janeiro, 2025
Explora as razões por trás do desmantelamento da globalização e as suas implicações para a Europa e o mundo digital.
Gerado pela Frigideira
O desmantelamento da globalização refere-se à inversão do processo de integração económica e cultural que dominou as últimas décadas. Vários fatores contribuíram para este cenário, como a pandemia de COVID-19, que afetou severamente a logística global e expôs a dependência excessiva de cadeias de abastecimento internacionais, principalmente entre a Europa e a China.
Eventos geopolíticos, como a guerra na Ucrânia e o aumento do nacionalismo nos EUA com políticas como as de Donald Trump, intensificaram o isolacionismo económico. A imposição de tarifas alfandegárias elevadas sobre produtos estrangeiros ilustra a resistência à globalização. Além disso, a crescente polarização política e económica tem levado países a buscarem maior autonomia e soberania tecnológica.
A globalização digital também enfrenta desafios. A criação de sistemas alternativos ao SWIFT pela Rússia, exemplifica uma tentativa de criar uma "internet local" e desacoplar-se do domínio ocidental. Este movimento para um protecionismo económico mais acentuado ressalta um mundo onde as fronteiras digitais e físicas podem tornar-se mais pronunciadas, fragmentando ainda mais o cenário global.
Com essas ações coordenadas e visionárias, a China não só estabeleceu a sua soberania tecnológica, mas também se posicionou como uma potência no cenário global. Esta abordagem estratégica impulsionou a sua capacidade de desenvolvimento autónomo, protegendo-se de influências externas e fortalecendo a economia interna.
O isolacionismo ganha força através de vários fatores políticos e económicos. Nos EUA, políticas como as de Donald Trump, com o slogan "Make America Great Again", refletem uma tendência nacionalista que prioriza o fechamento sobre a abertura económica externa.
Este movimento é marcado pela implementação de tarifas alfandegárias elevadas, dificultando a entrada de produtos estrangeiros nos EUA e mostrando um claro recuo na globalização.
Na Europa, a diversidade de interesses entre os países membros, juntamente com a ascensão de partidos eurocéticos, pressiona os governos a priorizarem políticas nacionais em detrimento da colaboração europeia.
O impacto do COVID-19 na logística e as tensões geopolíticas também reforçam esse desejo de maior controlo e autonomia económica, contribuindo para o desmantelamento da globalização.
Para entender como estas forças afetam a política europeia, é interessante explorar o papel dos partidos políticos e a prosperidade.
O desmantelamento da globalização traz grandes desafios para a Europa, principalmente na sua soberania tecnológica e regulamentação. A União Europeia enfrenta um dilema: como competir num mundo onde gigantes tecnológicos são estrangeiros e os mercados se fecham?
Sem uma estratégia clara, a Europa pode tornar-se um espectador na corrida tecnológica. A dependência de tecnologia externa limita a capacidade de resposta a crises e ameaça a autonomia. Além disso, o regulamento europeu muitas vezes foca-se apenas em impor normas, sem oferecer alternativas eficazes.
Para não ficar para trás, é vital investir em inovação e apoiar as empresas locais. A falta de visão clara pode levar ao isolacionismo digital, onde estados agem de forma individualista, colocando em risco a união económica e política que a Europa conquistou.
Mais do que nunca, é crucial definir uma posição comum que aproveite a diversidade europeia como uma força, em vez de um obstáculo. A abordagem europeia diante dessas mudanças será determinante para o seu futuro.
Aproveita para explorar mais sobre como a União Europeia poderá recuperar a sua soberania tecnológica.
Para mais sobre como a tecnologia está a evoluir e mudar o mundo, veja a nossa discussão sobre as três webs da internet com Humberto Pereira.