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17 de janeiro, 2025

O DILEMA DOS SALÁRIOS EM PORTUGAL c/ Inês Relvas

Explora as estratégias para ajustar os salários ao valor de mercado e aumentar a eficiência nas empresas portuguesas.

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Gerado pela Frigideira

Por que as empresas portuguesas têm dificuldade em ajustar salários?

Em Portugal, ajustar salários de forma proativa é um desafio em muitas empresas. Uma das razões é a mentalidade conservadora que persiste na gestão, onde os salários não são revistos regularmente até que um colaborador ameace sair para um concorrente com uma oferta melhor. Esta abordagem cria um ambiente onde os colaboradores raramente se sentem valorizados, impactando diretamente a satisfação e a retenção de talentos.

Além disso, muitas organizações não possuem ferramentas ou sistemas que promovam a eficiência salarial em Portugal. Isso significa que muitas vezes os gestores não estão plenamente cientes do valor de mercado dos seus funcionários, resultando em salários abaixo do esperado. Esse ambiente de ineficiência empresarial pode custar caro em termos de moral e motivação.

A falta de revisão contínua dos salários também reflete na percepção de injustiça salarial. Se não houver uma utilização eficaz de dados de mercado para informar decisões salariais, a empresa arrisca perder valiosos colaboradores para concorrentes mais atentos às práticas salariais. A criação de um sistema mais transparente e justo seria um passo crucial, ajudando a melhorar a retenção e a satisfação dos colaboradores.

Para saber mais sobre como práticas burocráticas e percepções afetam o ambiente empresarial em Portugal, podes ler mais sobre o ecossistema empreendedor Português.

Como é a abordagem salarial em outros países?

  • Nos Estados Unidos, utiliza-se uma abordagem mais transparente, com ferramentas que permitem a comparação de salários por função e género, oferecendo maior clareza ao negociar.
  • Publicação de salários: Lá, muitas profissões apresentam salários publicados para ajudar os candidatos a entender o que o mercado oferece.
  • Abordagens proativas: Empresas americanas frequentemente ajustam salários com base nas tendências de mercado, em vez de esperar pedidos dos colaboradores.
  • Diferentes níveis de consciência salarial: A prática da transparência amplia o conhecimento sobre o valor de mercado dos perfis profissionais, garantindo o ajuste do que é considerado salários justos.

Estas práticas contrastam com a realidade portuguesa, onde a inatividade nesse campo pode resultar em colaboradores desvalorizados e ineficiência. Esta ineficiência empresarial cria desafios na retenção de talento, pois muitos colaboram percebem a desatualização dos seus salários.

Qual é o impacto da cultura de horas trabalhadas na produtividade?

Em Portugal, a cultura de avaliar a produtividade pelo número de horas trabalhadas em vez de resultados concretos pode provocar ineficiências significativas. O foco no FaceTime, em que se valoriza a presença física, muitas vezes leva colaboradores a esticar o horário sem aumentar a eficácia real.

Este paradigma antiquado, herdado das lógicas industriais, desconsidera a natureza do trabalho intelectual, onde qualidade supera quantidade. Manter pessoas no escritório apenas pelo relógio não se traduz necessariamente em mais produtividade. Pelo contrário, esta mentalidade propicia um terreno fértil para o burnout, um problema crescente e alarmante.

A nova era do trabalho requer um repensar sobre como medimos a contribuição das pessoas. Muitas empresas inovadoras começam a compreender que, para combater a ineficiência empresarial, é imperativo valorizar o impacto dos resultados, oferecendo autonomia e flexibilidade aos colaboradores. O equilíbrio entre vida pessoal e profissional é essencial para sustentar o sucesso dos negócios a longo prazo. Para mais insights sobre criar um ambiente de trabalho mais feliz e produtivo, veja como o Departamento da Felicidade Impacta a Produtividade.

Como as grandes empresas podem liderar a mudança?

As grandes empresas, como a SONAI, têm um papel fundamental em liderar a transformação no mercado de trabalho. Elas possuem recursos e capacidade para implementar novos modelos de trabalho e estruturas salariais, influenciando positivamente o mercado. As mudanças em gigantes empresariais não são fáceis, devido à resistência interna e a estruturas enraizadas. No entanto, a capacidade financeira e a visão estratégica permitem que elas explorem inovação nas políticas de trabalho, promovendo, assim como a SONAI, ações de reskilling e upskilling.

Iniciativas de eficiência empresarial podem incluir a adoção de práticas de transparência salarial e adaptação ao uso de inteligência artificial no trabalho para otimizar operações. As grandes empresas, ao priorizar uma abordagem focada em competências e resultados, não somente melhoram sua própria eficiência, mas também inspiram organizações menores a seguirem o exemplo. Este movimento pode resultar em um mercado mais justo e competitivo, beneficiando a economia enquanto promove uma cultura empresarial mais equilibrada e sustentável.

Para explorarmos mais sobre como envolver as equipas nas transformações empresariais e capacitá-las dentro desse contexto, é essencial envolver a equipa na melhoria contínua.

Qual é o papel do reskilling e upskilling no futuro do trabalho?

  • Capacitar os colaboradores com novas competências tecnológicas que serão essenciais num mercado cada vez mais automatizado.
  • Iniciativas de formação contínua são essenciais para garantir que os profissionais estejam atualizados com as últimas tendências do mercado. Programas como Upskill já estão a transformar áreas não tecnológicas, permitindo a adaptação às exigências futuras (saiba mais sobre programas que estão a capacitar profissionais aqui).
  • Desenvolvimento de habilidades interpessoais, como comunicação eficaz e pensamento crítico, complementando as competências técnicas e garantindo uma preparação holística para as exigências futuras.
  • As empresas podem promover programas internos de reskilling para reutilizar talentos em novas funções dentro da organização, em vez de perder colaboradores para a concorrência.

Estas iniciativas são cruciais para preparar a força de trabalho para um futuro onde a inteligência artificial no trabalho desempenhará um papel central, garantindo que os profissionais não apenas se mantenham relevantes mas também liderem a inovação.

Questões Frequentes