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26 de julho, 2024

PREOCUPAÇÕES COM A BAGAGEM? A LUGGIT RESOLVE c/ Co-Founder da LUGGit Ricardo Figueiredo | Bitalk #25

Descobre como a Luggit transformou uma necessidade comum numa solução inovadora e escalável.

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Gerado pela Frigideira

Como surgiu a ideia da Luggit?

Enquanto geria um hostel em Aveiro, Ricardo Figueiredo deparou-se com um problema comum entre os seus hóspedes: o que fazer com as bagagens quando os horários de check-in e check-out não coincidiam com os horários de chegada e partida? A solução tradicional de deixar as malas no hostel não era prática nem segura, especialmente durante as épocas de alta ocupação.

Ricardo percebeu que essa questão não se limitava ao seu hostel mas era um problema global que afetava milhares de viajantes diariamente. Decidido a encontrar uma solução, começou por investigar o que existia no mercado. Descobriu que, nas grandes capitais europeias, havia serviços de armazenamento de bagagens, mas não encontrou uma solução que abrangesse todas as necessidades dos viajantes de forma eficiente.

Motivado por essa lacuna no mercado, Ricardo concebeu a ideia da Luggit: uma aplicação móvel que permite aos viajantes solicitar um condutor para recolher, guardar e entregar as suas bagagens de acordo com os horários e locais desejados. Esta inovação não só resolveria o problema dos seus hóspedes, mas também tinha o potencial de revolucionar a gestão de bagagens de viagem a nível global.

Quem são os co-fundadores da Luggit e como foram recrutados?

A Luggit não é apenas uma ideia brilhante; é o resultado de uma equipa diversificada e complementar. Ricardo Figueiredo, ao perceber a necessidade de competências variadas para transformar a Luggit em realidade, iniciou o recrutamento dos co-fundadores com um foco claro nas habilidades necessárias.

Primeiro, recrutou Diogo Correia, um engenheiro com mestrado em Engenharia e Gestão Industrial. Ricardo conhecia Diogo de eventos sociais e sabia que ele tinha o perfil analítico necessário para a operação logística da Luggit. Um almoço foi suficiente para Diogo mostrar interesse e, logo de seguida, começou a trabalhar no projeto, fazendo análises detalhadas das viagens.

Depois, sugerido pelo Diogo, entrou João Pedrosa, o CTO da Luggit. João não só tinha fundado duas startups como trazia cinco anos de experiência em posições de liderança em software. A química foi imediata, e João foi um elemento essencial para transformar a visão em código funcional.

Finalmente, Hugo entrou na equipa por recomendação do João. Hugo, com quem João trabalhava há cinco anos, trouxe uma eficiência notável à equipa. A confiança e a sinergia entre eles aceleraram o desenvolvimento da aplicação.

Assim, a Luggit formou-se com uma equipa onde cada membro trouxe competências essenciais, desde a logística à programação, tornando-se uma startup robusta e inovadora.

Quais foram os primeiros passos para validar a ideia?

Validar a ideia da Luggit foi um processo crucial e meticuloso para garantir que o conceito tinha tração no mercado. Segue-se uma lista dos primeiros passos que a equipa tomou:

  1. Criar um Site Básico
    Desenvolveram um site simples que permitia aos utilizadores inserir dados essenciais como e-mail, número de malas e horários desejados. Esta versão foi um protótipo rudimentar, mas vital para colher feedback inicial.
  2. Interagir com Clientes Potenciais
    Ricardo e a sua equipa começaram por interagir diretamente com os clientes do hostel. Utilizaram formulários e questionários para captar interesse e confirmar a necessidade do serviço que estavam a criar.
  3. Distribuir Flyers
    Dirigiram-se às estações de comboio e outros locais movimentados para distribuir flyers. Abordaram pessoalmente os viajantes e explicaram como funcionava o serviço da Luggit, recolhendo feedback em tempo real.
  4. Testes Iniciais de Serviço
    Realizaram testes práticos, onde as malas dos clientes eram recolhidas e depois devolvidas de acordo com a conveniência dos clientes. Esses testes forneceram insights valiosos sobre as necessidades dos utilizadores e a viabilidade do serviço.

Através destes passos iniciais, a equipa da Luggit conseguiu validar a sua ideia, ajustando e refinando o modelo de negócio com base no feedback recebido. Esta abordagem prática ajudou a transformar um conceito em um serviço funcional e desejado pelos clientes.

Quais foram os desafios enfrentados no desenvolvimento da Luggit?

  • Segurança das bagagens: Um dos maiores desafios foi garantir a segurança das bagagens dos clientes. Isto envolveu implementar medidas de segurança robustas e obter seguros adequados para cobrir eventuais perdas ou danos.
  • Logística de armazenamento: No início, a empresa utilizava uma garagem para armazenar as bagagens, o que se revelou pouco prático. Era necessário otimizar o armazenamento e a movimentação das bagagens de uma forma que fosse eficiente e segura.
  • Necessidade de espaço físico: Ter um espaço físico para armazenamento limitado as operações da Luggit. Depender de um local físico para as malas tornava o modelo de negócio menos escalável e mais oneroso.
  • Encontrar o perfil certo de condutores: Identificar e recrutar condutores adequados para o serviço foi outro desafio. Inicialmente, muitos condutores possuíam veículos inadequados para transportar grandes volumes de bagagem, o que exigiu uma mudança na estratégia de recrutamento.
  • Gestão da desconfiança dos clientes: Garantir que os clientes se sentiam confortáveis ao entregar as suas bagagens a estranhos envolveu muito esforço em comunicação e demonstração de confiabilidade por parte dos condutores.

Estes desafios tornaram-se oportunidades de aprendizagem que ajudaram a moldar a Luggit em uma startup mais sólida e capaz de responder às necessidades dos seus utilizadores. Para uma visão semelhante de como outros empreendedores enfrentaram grandes desafios, confere a entrevista com a Rita Dobrões.

Como a Luggit adaptou o seu modelo de negócio?

A Luggit precisou de algumas mudanças para otimizar o seu serviço e torná-lo mais escalável. Inicialmente, a empresa utilizava uma garagem no centro de Lisboa para armazenar bagagens, o que se revelou pouco prático e limitava a operação. A transição para o modelo de 'keeper' foi um passo crucial.

Neste novo modelo, o 'keeper' é o responsável por recolher e entregar a bagagem no seu próprio veículo, eliminando assim a necessidade de um espaço físico para armazenamento. Esta adaptação trouxe várias vantagens:

  • Aumento da Confiança dos Clientes: Como a mesma pessoa que recolhe a bagagem é a que a entrega, reduziu-se a desconfiança e aumentou-se a segurança percebida pelos utilizadores.
  • Eficiência Logística: Evitou-se o problema de falta de disponibilidade de condutores, especialmente em momentos de alta demanda, como eventos desportivos.
  • Redução de Custos: Eliminar a necessidade de um espaço físico permitiu reduzir custos operacionais, tornando o modelo mais sustentável a longo prazo.

Esta mudança estratégica mostra como a startup portuguesa foi capaz de responder aos desafios e adaptar-se para oferecer um serviço mais eficiente e seguro. Se queres conhecer outras soluções inovadoras, podes explorar a entrevista com Ricardo Batista da Glovo.

Qual foi o impacto do COVID-19 na Luggit?

A pandemia do COVID-19 teve um impacto substancial na Luggit, especialmente no início de 2020. O crescimento que a startup estava a experienciar foi abruptamente interrompido quando as viagens pararam e a procura por serviços de gestão de bagagens caiu a pique. Num momento, passaram de uma operação em crescimento para zero atividade.

Para se adaptar, a Luggit mostrou uma notável flexibilidade ao lançar o serviço eMovit. Esta nova plataforma foi desenvolvida rapidamente para responder à emergência nacional, oferecendo um serviço de recolha e entrega de bens essenciais como roupa e medicamentos.

O eMovit foi concebido para ajudar a população a cumprir o confinamento, reduzindo a necessidade de saídas desnecessárias. Todos os lucros deste serviço foram direcionados para os condutores. Além disso, a Luggit colaborou com associações para entregar refeições a pessoas carenciadas, deslocando-se às suas casas e garantindo que os mais vulneráveis recebiam apoio.

Esta adaptação não só permitiu à Luggit continuar a operar durante o confinamento, como também consolidou a sua posição como uma empresa inovadora capaz de se reinventar face a desafios inesperados. Através do eMovit, a Luggit permaneceu ativa e relevante, destacando-se não apenas pelo serviço, mas também pelo seu compromisso social.

Quais são os planos futuros da Luggit?

A Luggit tem planos ambiciosos para expandir os seus serviços para além de Portugal. Com o sucesso em Lisboa e Porto, a startup está pronta para entrar em novas cidades a nível internacional. A equipa acredita que o serviço de gestão de bagagens tem um potencial global e pretende testar novos mercados com grande fluxo de turistas, como Paris, Londres ou Barcelona.

Inspirados pelas lições aprendidas durante a pandemia, especialmente com o eMovit, a Luggit está também a integrar novos serviços na aplicação. Estes serviços incluem a possibilidade de os hotéis e alojamentos locais reservarem diretamente o serviço de gestão de bagagens para os seus hóspedes. Esta funcionalidade não só aumenta a conveniência para os clientes, como também oferece uma camada de segurança adicional, ao garantir que as bagagens são desinfetadas antes de serem entregues no quarto.

Além disso, com a pandemia, as normas de higienização tornaram-se essenciais. A Luggit adaptou-se ao implementar processos rigorosos de desinfeção das bagagens, tanto na recolha quanto na entrega, proporcionando uma experiência segura e fiável.

Em suma, a visão da Luggit é clara: expansão internacional e melhoria contínua dos seus serviços para oferecer uma experiência de viagem mais conveniente e segura para todos os seus utilizadores.

Questões Frequentes