#71 PT1: Arriscar aos 40, Void Software #programmingMF, Leiria turística e empresarial

Quem é João Mota e qual foi o seu percurso inicial?

João Mota passou por várias fases interessantes na sua vida. Começou como muitos jovens, cheio de sonhos e com uma paixão pela informática e programação, algo que não foi inicialmente muito valorizado pelos pais. No entanto, decidiu seguir um curso de Engenharia Civil, impulsionado pela necessidade de ajudar no negócio de desenho de construção civil do seu pai.

Depois de concluir o bacharelato em Engenharia Civil, João enfrentou um obstáculo: teve de realizar um estágio curricular obrigatoriamente, interrompendo os seus planos de se matricular em Informática. Este estágio levou-o a trabalhar na Câmara Municipal de Leiria e, eventualmente, no programa Polis, onde se envolveu em vários projetos de requalificação urbana.

Apesar de se ver pressionado a seguir uma carreira que não era a sua paixão inicial, João Mota nunca deixou de lado o interesse pela tecnologia. Este percurso inicial foi crucial para adquirir competências em gestão de projetos e contacto com diferentes culturas, algo que mais tarde se tornaria valioso na sua transição para o setor da tecnologia.

Por que João decidiu mudar de carreira aos 40 anos?

A decisão de João de mudar de carreira aos 40 anos foi fruto de várias motivações e desafios. Inicialmente, ele sempre teve uma paixão pela informática e programação, mesmo quando seguia o caminho da engenharia civil. Apesar de avançar na carreira que não era a sua primeira escolha, o interesse pelo mundo tecnológico nunca o abandonou.

João manteve-se atualizado com as tendências tecnológicas, assinava a revista Wired e criava pequenos projetos de programação e cibersegurança. Esta paixão constante foi um dos grandes motores para a sua decisão. Sentia que, aos 40 anos, era agora ou nunca para seguir aquilo que realmente gostava.

O apoio da sua família, especialmente da esposa, foi crucial. Ela incentivou-o a perseguir os seus sonhos, mesmo quando a decisão parecia arriscada. Esta rede de apoio deu-lhe a confiança necessária para dar o salto, mesmo sabendo que teria que fazer sacrifícios financeiros e recomeçar em muitos aspetos da sua vida profissional.

Em suma, a combinação de uma paixão inabalável pela tecnologia e o suporte incondicional da família levou João a fazer uma viragem significativa na sua carreira, provando que nunca é tarde para seguir os verdadeiros interesses.

Como foi a transição de João para a Void Software?

A transição de João para a Void Software começou com uma reunião inesperada com um velho amigo. João e Marco Cova, antigos colegas de escola, reencontraram-se casualmente, o que despertou memórias de seus tempos a programar juntos. A empresa de Marco, a Void Software, precisava de alguém com as habilidades de João em desenvolvimento de negócio e gestão de projetos.

Durante a conversa, João descobriu que a Void enfrentava o desafio de depender demasiado de um único cliente. A necessidade de diversificar a carteira de clientes era evidente. Com a confiança mútua e a vontade de mudar da engenharia civil para a informática, João aceitou o desafio.

Inserir-se na Void exigiu um ajuste financeiro significativo, mas a recompensa em termos de ambiente de trabalho e oportunidades era imensa. João ajudou a Void a crescer, diversificando clientes e expandindo-se para novos mercados, o que solidificou a presença da empresa no setor tecnológico nacional e internacional.

Esta transição foi marcada por desafios, mas também por sucessos, mostrando que mudar de carreira aos 40 é não só possível como pode ser extremamente gratificante.

Quais foram os principais desafios e sucessos na Void Software?

O João enfrentou vários desafios ao se juntar à Void Software. O maior deles foi diversificar a carteira de clientes da empresa, que dependia massivamente de um único cliente francês. Esta dependência representava um risco significativo para a estabilidade da empresa.

Para combater esta situação, João utilizou a sua experiência em desenvolvimento de negócios e gestão de projetos para atrair novos clientes. A sua abordagem foi essencial para expandir a empresa e reduzir os riscos associados à dependência de um único cliente.

Um dos sucessos notáveis da Void foi a criação de um ambiente de trabalho que valoriza o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, o que ajudou na retenção e atração de talento. Além disso, a empresa conseguiu penetrar em mercados internacionais, especialmente nos Estados Unidos, garantindo um crescimento sustentável.

Ao longo dos anos, João também promoveu parcerias estratégicas com startups, o que trouxe novas oportunidades e projetos inovadores para a Void. Este envolvimento em diferentes frentes permitiu à Void Software não só sobreviver à competição feroz, mas também estabelecer-se como uma referência no setor, tanto em Portugal como no estrangeiro.

Como João vê o futuro do setor tecnológico em Leiria?

• Papel das startups: João acredita que as startups serão fundamentais para o crescimento do setor tecnológico em Leiria. Encoraja iniciativas como a Startup Leiria a continuar a impulsionar novas ideias e a apoiar empreendedores locais.
• Retenção de talento: Para ele, reter talento é crucial. Criar um ambiente de trabalho atractivo, que valorize o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, é essencial para manter os melhores profissionais na região.
• Inovação e crescimento: João vê oportunidades de crescimento ao alavancar parcerias estratégicas e a capacidade das empresas locais de competir internacionalmente. Sustenta que, com o apoio certo, Leiria pode evoluir para um polo tecnológico de referência.
• Desafios e oportunidades: Reconhece que há desafios, especialmente na competição com grandes centros urbanos e internacionais. Contudo, acredita que a qualidade de vida em Leiria pode ser um diferencial competitivo.
• Desenvolvimento contínuo: João enxerga um futuro promissor ao investir em formação contínua e em projetos que atraiam investimentos. Destaca também a importância de continuar a promover um ecossistema empreendedor robusto e colaborativo.